Perdão!
Acordo. Olhos assustados. Corpo – suado, tremulo. Chuva. Raios, trovões. Na janela, as gotas pintam o desespero. Arrepios. O medo percorre o meu corpo.
O silêncio, cortado pelo grito dos trovões. Paredes e piso sólidos. Mas gelados. Um calafrio. No espelho, medo. Angustia. E nos meus pensamentos, bombardeios de solidão.
Mesa, cadeira. Café – forte e frio. Pão – seco, sem gosto. Tudo parece olhar-me e o medo perturba-me.
Novamente o silêncio.
Agora, interrompidos por um barulho que lacrimeja o meu ouvido. O telefone... e a noticia.
Uma erupção de palavras queima os meus pensamentos. E agora? Que sentido faz? Por quê? Uma lágrima... Agressões, medo, angustia, opressão, tristeza e... culpa. Consomem o meu corpo. Fico fraco, leve, sem rumo. A minha vista escurece. Nada mais tem sentido, nem cor, nem nada. Quero gritar, pedir por ajuda, mas as palavras não vêm, não obedecem a minha vontade. A escuridão chega...
Lentamente abro os meus olhos. Sinto meu corpo – fraco, cansado. Procuro alguma luz. Lá fora, apenas a noite e a escuridão da cidade. A chuva, os raios, os trovões. Nisso um retrato. Perdido entre um manto de poeira. Desperta-me forte lembrança e uma dolorosa saudade. Mais uma lagrima. Culpa. Retrato, tesoura, retrato. Silencio. Trovões.
O cansaço chega e vai me carregando. Cama, travesseiro, cobertor. Os meus pensamentos mergulham nos meus sonhos – escuros, sombrios. No seu infinito: a luz. É meu pai, carregado por anjos. A ele um único pedido: Perdão! Trovões. E tudo se perde, desaparece. Segue outro rumo. E retorna para a nebulosa escuridão.
Silêncio. Trovões...
Robson Rodrigo dos Passo
FONTE: Blog Academia de Escritores
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