Minha lista de blogs

quinta-feira, 2 de abril de 2009

SAÚDE- Unidade de Pajuçara não tem médicos no ambulatório.


Fonte Tribuna do Norte -02/04/2009.

02/04/2009 - Tribuna do Norte

Desde o ano passado a Unidade Mista de Saúde de Pajuçara está sem médicos para o atendimento ambulatorial. A Unidade que deveria oferecer três pediatras, clínicos gerais e ginecologistas para o ambulatório, tem hoje somente um pediatra atendendo. A falta desses profissionais está gerando sérios transtornos para os pacientes que precisam de atendimentos em ortopedia, otorrinolaringologia, psiquiatria e outras especialidades, uma vez que os encaminhamentos devem ser feitos pelo ambulatório.

“As pessoas recorrem à urgência do pronto-socorro para conseguir um encaminhamento, o que não pode acontecer. O paciente deve ser avaliado minuciosamente pelo ambulatório para saber sua real necessidade de outros especialistas. A urgência não investiga, apenas alivia a dor”, diz um médico da Unidade que não quis se identificar.

Porém, a própria urgência da Unidade de Pajuçara já funciona de forma deficitária, e em alguns turnos apenas um clínico está disponível para atender. Ontem pela manhã, a escala de urgências deveria ter dois clínicos gerais, mas um deles se atrasou. Deveria estar no local às 7 mas chegou quando passava das 9 horas.

Uma fila de mais de vinte pessoas aguardava na recepção o atendimento. “O outro médico foi descansar, porque disseram que está trabalhando há 24 horas. Ele precisa parar, mas não posso ficar aqui perdendo o dia de trabalho sem ser atendido. Preciso de um atestado médico e encaminhamento para a ortopedia”, reclama o gari Evanuel Costa.

“Vim ontem à noite e também não consegui”. A costureira de uma empresa de confecções também buscava uma licença médica e raio-x para as dores na coluna. “Fui trabalhar na segunda-feira me arrastando, terça e hoje não consegui ir”. Ela diz ter chegado antes das 6 horas e ainda não havia conseguido atendimento às 9h30. “Quando a fila está grande o médico vem aqui dizer que não faz encaminhamento nem dá atestado”, diz Evanuel.

O clínico geral de plantão explica que dar encaminhamentos sem estudar a doença pode gerar uma demanda desnecessária de marcações na Secretaria Municipal de Saúde. “Pessoas que não precisam podem atrapalhar quem realmente precisa do ortopedista, por exemplo. Tem gente que procura dois a três médicos diferentes pedindo encaminhamentos. Aí no dia da consulta, faltam, porque não precisavam de verdade”.

Sobre os atestados de ausência ao trabalho, ele diz que só emite quando verifica a necessidade do paciente. “É comum eu passar um remédio para aliviar a dor e o paciente rasgar a receita na minha frente, sem querer tomar, vem somente em busca do atestado, até para uma dor de cabeça”.

PS conta com 18 plantonistas para atender a demanda

O pronto-socorro de urgência da Unidade Mista de Saúde de Pajuçara conta hoje com 18 plantonistas para atender 24 horas de domingo a domingo. De acordo com a diretora Maristela Cruz, todas as escalas estão cobertas, mas é necessário mais médicos para a grande demanda de pacientes.

“Solicitamos mais seis clínicos para a escala de plantão”, diz. Para o ambulatório, Maristela explica que pediu mais um pediatra, dois clínicos e dois ginecologistas à Secretaria Municipal de Saúde, um número mínimo para retomar os atendimentos suspensos em 2008.

De acordo com a chefe do departamento de Gestão em Trabalho e Educação da Saúde da SMS, a Unidade é uma das prioridades nesta nova fase de contratação de médicos. Os 60 especialistas que tiveram os currículos selecionados tinham até ontem para se apresentar à Secretaria. “Nossa maior dificuldade é de encontrar pediatras, mas estamos trabalhando com todo o empenho para atender à demanda de médicos das unidades”, explica Iete Saraiva. “O próprio Ministério Público está cobrando, mas há trâmites mínimos que precisam ser respeitados para efetivar as contratações”.

Mais convocados

O departamento de Gestão em Trabalho e Educação da Saúde da SMS informou ainda que realiza um levantamento de técnicos de enfermagem e farmacêuticos industriais necessários para ampliar o quadro de funcionários da Covisa, Vigilância Sanitária no Município de Natal.

Todas as vagas previstas no último concurso realizado em 2006 foram ocupadas, mas ainda há necessidade de pessoas. “Encaminhamos um pedido à Câmara Municipal para alterar a lei número 5.833 que determina o número máximo de convocados nesse concurso. Ainda há pessoas classificadas que podem ser convocadas”, diz Iete Saraiva.

Nenhum comentário: