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quinta-feira, 9 de abril de 2009

UMA DOSE, UM CIGARRO...


Crônica de Jadson de Queiros

Depois de uma noite mal dormida e de sonhos confusos, acordei com um imenso
vazio dentro de mim. A chuva fina que caía naquela manhã, fazia o dia ficar aínda
mais triste. Procurei alguém do meu lado e não achei...foi aí que me sentí só, ter
rívelmente só! Abrí a janela e ví muitas pessoas esperando o transporte coletivo./
Conversavam sobre uma variedades de assuntos, como: futebol, política e custo de vi-
da. Conversavam em voz alta que dava a entender que estavam em uma feira livre. Um
garoto puxava a saia de sua mãe, dizendo estar com fome; outro garoto ao lado,cutu-
cava o nariz sobre o olhar espantado de sua mãe. As conversas continuavam sem que /
ninguém mais entendessem nada.
Fechei a janela. Fui até o rádio e o liguei. Foi então que começei a escutar
músicas que lembravam coisas passadas, boas e más. Acendí um cigarro e me deitei no
sofá. Fiquei olhando a fumaça fazendo evoluções no ar e poucou a pouco sumindo no
espaço. Começei a pensar na vida...nas pessoas com quem eu gostaria de estar naque-
le momento ao meu lado...pessoas com quem eu poderia desabafar. Alguém que chorasse
comigo e dividisse aquele terrível vazio que tomava conta de mim...quem seria esse
alguém? Mas um cigarro...a música continuava a tocar e as lembranças dominavam os
meu pensamentos. Lembranças de amores do passado; grandes paixões; amores do presen-
te; grandes decepções; pessoas falsas e hipócritas; amantes que juravam amor eterno;
mulheres insatisfeitas; bebados caído na sargeta com a cara no seu próprio vômito ;
jovens desajustados procurando se drogar de qualquer maneira; loucos do volante em-
briagados, matando pessoas indefesas; tarados violentando mulheres e crianças; mães
desalmadas matando o seu filho aínda no ventre; pais chorando a morte aínda prematu-
ra de um filho no desabrochar da vida; pessoas morrendo de fome; guerra e miséria as
solando o mundo; a humanidade sem fé, esquecendo que existe um Deus de bondade e mise
ricordioso que pode nos salvar desse mundo perveso e cruel! Esquecemos que Deus exis
te e que Ele enviou o seu filho amado para nos salvar e nós o crucificamos.
Despertei daquele vazio em que me encontrava. Percebí que não ouvia mais vozes do
lado de fora e que a chuva havia parado de cair e o sol manhoso começava a aparecer ;
o rádio não mais tocava pois havia faltado energia. Só o cinzeiro amigo queimava aín-
da cinzas, prova maior daquele momento de solidão! Meditei sobre tudo aquilo que aca-
bava de pensar. Foi então que sentí o quanto o ser humano é fraco e mesquinho, pois
tem tantas coisas boas para fazer pelo seu próximo e no entanto, só oferece tão pou -
co.Fazendo uma reflexão sobre tudo aquilo, sentí que lágrimas rolavam em meu rosto ,
como a acusar-me de participar de todos esses acontecimentos.
Mais um cigarro, agora acompanhado de uma dose de conhaque, para lavar a minha so
lidão, e esquecer que vivemos num mundo cruel,onde não mais existe respeito, solida-
riedade e amor ao próximo.

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